Os Impactos da perda de massa muscular
Vários são os fatores que contribuem para a perda de massa muscular ao longo da vida. São eles: ingesta proteica insuficiente, sedentarismo, disabsorção por distúrbios gastrointestinais, balanço calórico negativo, presença de doenças associadas (ex: diabetes) e o próprio envelhecimento. Nos pacientes portadores de obesidade, a ocorrência de ciclagem de peso, o famoso “efeito sanfona”, também contribui para a piora da composição corporal. Isso porque na fase de perda de peso há, comumente, perda de músculo e gordura. Mas no reganho, o que ocorre é somente ganho de massa gordurosa.
Sarcopenia
A redução de massa muscular associada à perda de força e desempenho físico configuram uma condição em saúde chamada de sarcopenia, que pode levar à incapacidade funcional. Ou seja, atividades simples do cotidiano podem ficar mais difíceis de serem concluídas, como se levantar e sentar na cadeira, andar alguns metros com agilidade e equilíbrio.
Anticorpos anti-activina/miostatina
A miostatina é um regulador negativo em nosso organismo para formação muscular, ou seja, ela impede a miogênese. Quando o gene da miostatina está desativado, portanto, temos um quadro de hipertrofia acentuado.
A raça bovina Belgian Blue, por exemplo, é conhecida pelo título de “boi mais musculoso do mundo”, e apresenta uma mutação genética que reduz a atividade da miostatina.
Durante a sua ação, a miostatina se liga ao receptor da activina, que também pode ser inibido por meio de anticorpos e, por consequência, favorecer o aumento do tecido muscular. Existem alguns estudos em andamento visando a recuperação do tecido cardíaco de humanos portadores de insuficiência cardíaca isquêmica.
Bimagrumab
É uma medicação (anticorpo monoclonal humano) que se liga ao receptor da activina tipo II, impedindo, assim, o catabolismo muscular. Um estudo clínico fase 2 publicano no JAMA em 2021, observou-se uma perda significativa de gordura (-20,5%), ganho de massa magra (+3,6%) e melhora de parâmetros metabólicos em pacientes portadores de sobrepeso/obesidade e diabetes do tipo 2. O estudo teve duração de 48 semanas e contou com a infusão intravenosa mensal de bimagrumab 10mg/Kg.
O futuro do tratamento da obesidade
Os estudos estão se direcionando a medicações que induzam perda de gordura, mantenham ou aumentem a massa magra, e impeçam o mecanismo compensatório de reganho de peso.
Referências
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